Beija-me! Para que eu possa sentir a ternura materna
E posso levar no rosto a cicatriz mais terna.
Beija-me! Com lábios feitos desta minha carne,
Para que deste amor que morreu sem nascer,nasça o cerne.
Beija-me agora! Eu estou indo embora.
Uma metade de mim vai pra sempre e a outra chora.
Beija-me aos prantos... Lágrimas quentes , feito brasas,
Chorando um amor que quis voar sem asas...
Beija-me com um beijo de Judas...Senão não permito
E quebra comigo o elo que um dia uniu nosso pranto.
Uma vez dado o beijo, o resto é ignoto.
Beija-me!...Estou partindo com o coração partido,
Chorando um amor que nasceu ao ter morrido,
O amor que eu esperei, desde de garota.
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